Transitório
novembro / 2022
Retornar também é uma forma de ir
Prisca vivencia seu processo artístico como uma flecha que sabe onde vai fincar, desde o início-até agora. Isso é reflexo de sua consciência aguçada, que remete ao pássaro que olha para trás, voando para frente, com uma semente em seu bico: Sankofa. Foi ela quem me ensinou o significado desse ideograma e quando ouvi, me veio o tino de que este era também sobre sua vida, seu método.
Transitório: ontem e hoje é a demarcação de um ponto de mudança no modo de ser e estar da artista. Em sua primeira exposição individual, Sempre estive aqui (2018), Prisca aborda num âmbito coletivo o ser mulher e o feminino através de aquarelas. Agora, ela direciona o nosso olhar para uma camada mais profunda de sua própria história.
Através dos trabalhos aqui presentados, transitamos em suas poéticas e desvendamos não só a artista, mas a mulher, filha, neta e, agora, mãe. Em cada detalhe há um conhecimento sobre Prisca.
Aqui, agora, olhar para o que já foi feito é tecer o manto futuro.
Ártemis - Curadore




Reside em nós
julho e setembro / 2022
Viber e Prisca são artistas que entendem que uma obra existe em comunidade, não à toa seus trabalhos se destacam pela pintura mural e o graffiti, uma natureza de trabalho que se coloca na horizontalidade em relação ao receptor. É na rua, indo para o trabalho, passeando com a família, de bicicleta com os amigos, que seus trabalhos nos convocam ao pensamento.
Para além das ruas, existe um processo de criação que acontece no íntimo de cada uma delas. É em casa e no ateliê que esses trabalhos começam, como sementes, como embriões, como tudo começa: dentro da casca.
Reside em nós parte de um olhar para dentro dessas cascas. Antes de tudo que se manifesta para fora, é importante olhar para si. Existe uma imagem que sempre me acompanha e que, talvez, possa nos dar uma dica sobre o que significa olhar para si - uma estrela de sete pontas. Em um determinado momento da minha vida entendi que essa estrela é na verdade uma rosa dos ventos e que serve para me reorientar, ela aponta para todos os sentidos aos quais tenho que me atentar: Acima, abaixo, Norte, Sul, Leste, Oeste e dentro.
Juliana Gontijo - Mentora e Curadora




Exposição Casa2 - Ocupação com afeto
maio / 2019
A poética da vida se dá nos começos e recomeços. Fechar um ciclo é possibilitar que outro se abra. Todo começo é uma possibilidade de grandeza, cada recomeço é uma potência. Começamos há um tempo atrás, um espaço chamado Casa2. Local de muito trabalho, de muita troca. Vislumbrávamos o mundo pela janela geometricamente gradeada, a cada por do sol que presenciávamos nessa "fazedura" de arte. Há 1 ano atrás, recomeçamos. Entregamos o espaço com amor e gratidão e voamos. Cada um para um lado, mas principalmente para o lado que nos possibilitasse voar juntos mais vezes. E assim recomeçamos, com Casa2 - Ocupação por Afeto, exposição que será nosso testemunho do que vivemos e do que acreditamos ser a vida: mãos que se dão, que levam uns aos outros, para lugares que só são possíveis acessarmos se estivermos juntos. A Casa, nossa, é de você.
Bárbara Macedo - Artista Plástica




Sempre Estive Aqui
novembro / 2018
Diante da indiferença promovida pela velha (e ativa) tradição de exclusão das mulheres da vida pública, artista nenhuma espera sentada a sorte de ser reconhecida. Fora do alcance do olhar masculino do poder, muitos corres foram dados. Quem prestar atenção pode ver a riqueza criada pelas mulheres que contra o silenciamento são vibrantes, ante o engessamento são móveis e diante do isolamento são bonde. Sempre estive aqui chama ao respeito pela trajetória dessas mulheres e de suas antecessoras, convidando a um olhar a partir do caminho trilhado por Priscapaes.
A menina da noroeste que virou artista plástica, educadora e empreendedora criativa nunca deixou de percorrer a cidade, de tênis ou de bike, levando suas cores vibrantes e suas lutas estampadas no peito. Através da arte urbana, cantou abertamente a potência do comum, que é o ordinário menosprezado e também o coletivo que compartilhamos. Nesta exposição, Prisca apresenta catorze aquarelas imbuídas dessa potência que sempre esteve aqui, nas ruas e em nós. Quem ainda está surpreso?
Line Lemos - Quadrinista e Artista Visual



